Os últimos anos foram desafiadores para a economia brasileira e, em particular, para a atividade comercial. Ainda assim, o volume de vendas do comércio varejista registrou um crescimento médio de 1,2% ao longo dos últimos três anos. Em 2022, o avanço foi de 1,0%.

Diante desse cenário, o setor contribuiu com a criação de 946 mil vagas formais desde 2020. Considerando apenas o ano de 2022, o comércio criou 350 mil vagas formais, ficando atrás apenas do setor de serviços.

O desafio colocado para 2023 é finalmente superar o patamar do volume de vendas observado antes da pandemia e recuperar a tendência de crescimento de longo prazo observada nas últimas décadas. As dificuldades são conhecidas: os juros altos limitam o uso do crédito e o consumo das famílias.
Em um breve resumo no  Panorama do Comércio elaborado pela CNDL, uma análise feita com os dados da Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE, mostra a evolução das vendas do setor do início da década de 2000 até 2022. Os números mostram que essa evolução pode ser dividida em pelo menos quatro períodos. De 2000 ao final de 2013, as vendas do setor cresceram a taxas elevadas, refletindo o crescimento econômico e o impulso dado ao consumo. A partir de então, crises internas e choques externos reduziram a capacidade de crescimento da  economia, prejudicando o desempenho do setor. 

Durante a recessão de 2014 a 2016, o volume de vendas do comércio varejista recuou a uma taxa média anual de 2,8% ao ano, ante um crescimento médio anual de 5,2% observado entre 2001 e 2013.
Depois da recessão, a economia e o setor iniciou uma lenta recuperação, mas que foi interrompida pelo choque pandêmico. Nos últimos dois anos, as vendas do comércio
varejista voltaram a crescer, mas a um ritmo mais modesto do que o observado nos anos 2000. 

Eis o desafio colocado para o momento: recuperar a tendência histórica de crescimento.

Fonte CNDL