Recentemente a revista Varejo S.A. destacou o fortalecimento dos “street malls” e a força do comércio de rua no Brasil. 
“Construídos em espaços rústicos, com acesso a regiões centrais e populares das grandes capitais, os “street malls” oferecem serviços a preços razoáveis, que atendem às necessidades básicas do dia a dia do consumidor. Não são exatamente uma novidade, mas ganham mais força”, destaca Carlos Magno Araújo, editor da revista. 

Um dos principais modelos desse tipo de negócio é a rua 25 de Março, no centro de São Paulo, com mais de 145 anos de história. A rua nasceu onde operava um porto, do qual partiam mercadorias diversas pelos rios Tamanduateí e Anhangabaú.   

Outro polo de comércio de rua está no Rio de Janeiro, no Saara Shopping. Esse mercado de rua ocupa vários quarteirões no Centro da cidade. A região concentra lojas de roupas, brinquedos, acessórios para Carnaval e artigos de festas a preços acessíveis, além de abrigar tradicionais restaurantes árabes.

A palavra “Saara” significa Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega, uma associação formada em 1962 pelos comerciantes da área. São 1.200 lojas em 11 ruas, que têm no Natal seu período de maior circulação de consumidores, chegando a um milhão de pessoas por dia. O local é uma miríade de armarinhos, lojas de confecção, brinquedos, bijuterias e muitos outros artigos.

O centro de comércio popular em Barra Mansa

O centro comercial de Barra Mansa também tem uma raiz histórica forte.  Iniciado nas caravanas de tropeiros, cresceu ainda mais abastecendo o sul de Minas Gerais no período do trem mineiro. 
Com o fim do trem, os tempos mudaram. Em algumas cidades, os shoppings tiveram seu apogeu mas o comércio de rua manteve sua força e agora surge novamente como alternativa renovada de consumo. As correntes de marketing os chamam de “Street Malls”, ou “Shoppings de Rua”.

Mas o que são  “Street Malls”?

Street Mall é um local onde o consumidor sabe que pode ir pois vai encontrar o que precisa. Além disso precisar ter preços atrativos – ponto onde ganha público dos shoppings – e boas possibilidades de barganhas e descontos. Estas características são fortes no centro comercial de Barra Mansa, o que o torna um “street mall’ por sua própria natureza. 

Mas algumas melhorias ainda precisam ser feitas para amadurecermos neste sentido. Algumas dependem das empresas e outras de planejamento e ação do poder público. 

A mão de obra precisa de aprimoramento permanentemente. Quando o cliente tem mais informações sobre o produto consultando o Google no celular do que com o próprio vendedor no balcão, a loja cai em descrédito e perde venda. Além disso as empresas precisam de melhorias constantes nas fachadas e layouts interno. Lojas bonitas tornam o ambiente agradável, onde o ato de comprar passa a ser entendido como uma forma de lazer pelo cliente. Este conceito foi consolidado pelos shoppings. Calçadas mais largas e amplas áreas de circulação são fundamentais neste aspecto.

Quando falamos de lazer, falamos também de alimentação. Afinal, toda família gosta de parar para fazer um lanche com todos juntos após as compras. Bares e restaurantes reunidos em espaços agradáveis como em pequenas praças de alimentação são perfeitos para tal. 

Como vemos, as previsões apocalípticas de que os shoppings acabariam com o comércio de rua não se concretizaram. Ao contrário, ajudaram a aprimorar este modelo.