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15/02/2018 Portal Meu Bolso Feliz - SPC Brasil
Muita gente, de repente, está falando em bitcoins e inclusive fala em investir neste tipo de ativo. Mas quando se trata de algo novo é sempre importante se informar. “Não existe dinheiro fácil. Quando a obtenção do lucro parece fácil demais, devemos sempre desconfiar”, diz a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti.
Confuso? Calma! Explicamos aqui o que são bitcoins, como funcionam e por que estão em alta e, claro, quais cuidados devem ser tomados antes de optar por investir nas chamadas criptomoedas (embora não sejam moedas exatamente).
O que é o Bitcoin?
Apesar de muita gente se referir ao bitcoin como uma moeda, como o real ou o dólar, ele não é.
A sua emissão não é controlada por nenhum Banco Central, sendo produzida de forma descentralizada por milhares de computadores. Esses computadores são mantidos por pessoas que “emprestam” a capacidade de suas máquinas para mineirar bitcoins e também para registrar as transações feitas com a moeda. Quem criou o bitcoin foi o desenvolvedor Satoshi Nakamoto, em 2009. No entanto, esse é apenas um pseudônimo utilizado pela pessoa ou pessoas que de fato desenvolveram a moeda virtual.
Computadores que "fabricam dinheiro":
O processo de criação de uma bitcoin é chamado de “mineração”. Funciona assim: os computadores conectados à rede competem entre si na resolução de problemas matemáticos. Quem ganha, recebe um bloco da moeda. O nível de dificuldade dos desafios é ajustado pela própria rede, para que a moeda cresça dentro de uma faixa limitada, que é de até 21 milhões de unidades até o ano de 2040. Pensando em limitar o crescimento da moeda o que acontece também é que, vez ou outra, o valor da recompensa de quem entra nos desafios (os “mineiros”) é reduzido. No início da era bitcoin, qualquer um com o software específico podia minerar a moeda. Com o aumento da procura, no entanto, apenas quem possui máquinas mais potentes consegue minerar bitcoins (tanto que hoje existem computadores desenvolvidos especialmente para essa tarefa).
Também em "Casas de Câmbio":
Além da mineração, ou seja, ter um computador potente para conseguir fabricar moedas, uma pessoa pode adquirir bitcoins comprando unidades em casas de câmbio específicas ou aceitando a criptmoeda ao vender coisas ou serviços. As bitcoins são guardadas em uma espécie de carteira, criada quando o usuário se cadastra no site. Depois do cadastro, a pessoa recebe um código com letras e números, chamado de “endereço” – este número que deve ser usado quando o consumidor quiser comprar algo em um site ou estabelecimento que aceite bitcoins. Talvez uma das maiores características específicas em torno do uso de bitcoins é que tanto a identidade do comprador quanto do vendedor são mantidas no anonimato, ficando registrada somente a transação. Vale destacar que o bitcoin não é a única criptomoeda existente, havendo outras como Litecoin, Ethereum, Monero, Dogecoin, etc.
Os intermediários das transações:
Para fazer qualquer transação é preciso um intermediário. Assim, para comprar algo em uma loja usando o cartão de crédito ou débito você usa a Mastercard, por exemplo. Ela que verificará se você possui dinheiro para pagar o item adquirido e fará a transação para o estabelecimento. O mesmo vale para transações entre contas ou compras online. O PayPal, o PagSeguro, todos esses intermediários funcionam como “verificadores” de que o valor pode ser transferido e de fato será recebido. Ao fazer uma transação com Bitcoin, no entanto, não há uma empresa verificadora. O único intermediário é a corretora na qual é preciso se cadastrar para fazer as transações. Como é feita a verificação então? Não por uma empresa, mas pelo próprio sistema do bitcoin. “Todas as transações que ocorrem na economia Bitcoin são registradas em uma espécie de livro-razão público (registro não nominal, ou seja, não atrelado ao nome do proprietário), contendo o histórico de todas as transações realizadas. Novas transações são verificadas contra esse registro público, de modo a assegurar que os mesmos bitcoins não tenham sido previamente gastos, eliminando o problema do gasto duplo (ou sem fundos). A rede global, composta por milhares de usuários, torna-se o próprio intermediário”, explica Fernando, autor do livro “Bitcoin – A Moeda na Era Digital”.
Por que está valorizado?
Historicamente, a bitcoin apresenta alta volatilidade. Em 2017, o interesse por ela explodiu. Os entusiastas da moeda dizem que o movimento de alta deve continuar com o interesse de novos adeptos e a maior aceitação. Muitos economistas, no entanto, defendem que o bitcoin vive na verdade em uma bolha, prestes a estourar. Como assim uma bolha? Existem dois motivos principais para que um ativo suba de preço. Um deles é demanda. Ou seja, se choveu muito e o alface está escasso naturalmente o seu preço aumentará, já que tem mais gente querendo comprar alface do que gente vendendo. O segundo motivo é especulação, ou seja, muita gente dizendo que algo é vantajoso. “O bitcoin está valorizado por causa da especulação. Não há um crescimento real na demanda que justifique o aumento do seu valor no mercado, que está subindo sem qualquer sustentação. Uma vantagem do bitcoin é que ele facilita a vida de quem deseja fazer transações no anonimato – e muitas vezes ilegais. No instante em que for regulamentado, muitas pessoas abandonarão o meio de pagamento. Com a queda da demanda, haverá também queda no valor da cotação”, explica a economista. Além disso, trata-se de um ativo que cresce sem base em fundamentos, podendo cair a qualquer momento, sem necessariamente um motivo sólido para a queda.
Cuidados ao usar e investir:
O bitcoin é um investimento de altíssimo risco. Se hoje quem investiu viu seu dinheiro ir de cem para mil reais, pode em breve ver a mesma quantia baixar para dez. “Bitcoins devem ser entendidos como um ativo com risco bem acima da média de investimentos tradicionais. Quem desejar comprar essa criptomoeda, deveria estudar e conhecer o riscos e a segurança da tecnologia. Dada a alta muito expressiva em 2017, o risco de uma correção forte de preço estava latente, o que, de certo modo, já está ocorrendo neste momento”, diz Fernando. E não é somente a variação na sua cotação que torna o investimento perigoso. “Quando o investimento é feito em uma corretora tradicional, é possível entrar no site da bolsa de valores ou do Tesouro Direto e saber se o título está no nome de quem comprou. Assim se a corretora falir, há uma segurança jurídica para o investidor. No caso do bitcoin, se a corretora abre falência, desaparece, se há algum problema operacional, o dinheiro está anônimo, não há como provar de quem é”, alerta Marcela. Por fim, ainda existem as taxas para uso do serviço, que são altas. Assim como para usar o cartão de crédito você paga uma anuidade, para usar a bitcoin você também paga uma taxa. Há, ainda, outro cuidado: como é algo novo e ainda não regulamentado, é difícil saber em qual corretora confiar. “Como existem vários tipos de criptomoedas (Bitcoin, Litecoin, Ethereum, etc) já houve casos de pessoas que inventaram criptomoedas para enganar possíveis investidores”, alerta Marcela.
É arriscado. Quem investir mesmo assim?
O principal cuidado é que, quando falamos de investimento, devemos pensar no formato de uma pirâmide, colocando na base da pirâmide os mais seguros e deixando os mais arriscados na pontinha. Assim, tratando-se de um investimento tão arriscado quanto o em bitcoins, o ideal é investir apenas um pouco e sempre realizando o lucro, ou seja, retirando o valor lucrado. “Deixe somente o valor inicial e reinvista o lucro em um investimento mais seguro”, alerta Marcela. E, antes de mergulhar de cabeça, pesquise muito bem sobre o assunto, dê uma olhada no site Reclame Aqui e procure conversar com quem já investiu. “O ideal é aprender a usar uma carteira digital com segurança (fazendo os devidos backups das senhas), comprar apenas de bolsas com reputação e histórico de mercado e não cair em esquemas que usam o nome do bitcoin como isca e vendem promessas de investimentos fraudulentos”, aconselha o especialista.
Fonte: Portal Meu Bolso Feliz - SPC Brasil
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