Exatos 40 dias após o Brasil confirmar o primeiro caso do Novo Coronavírus, o país já sente os efeitos causados pela Covid-19, seja pelas medidas restritivas que mudaram o dia a dia dos brasileiros ou pela crise econômica que vem afetando, especialmente, o setor de comércio. Desde o dia 26 de fevereiro, a pandemia produziu no Brasil 553 mortes e 12.056 casos confirmados, conforme atualização do Ministério da Saúde divulgada dia 06 de abril.

Para minimizar os efeitos da crise gerada pela Covid-19 no setor de comércio, serviços e empreendedorismo, os varejistas vêm se reinventando, turbinando as vendas online e trabalhando para preservar os empregos e manter o caixa saudável durante e após a pandemia.

No último sábado, dia 04, o presidente da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), José César da Costa, se reuniu com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir medidas que possam minimizar os impactos nos segmentos de negócios. Entre as deliberações, estava em pauta a proposta de transformar feriados de 2020 em ponto facultativo, uma alternativa que visa possibilitar que o comércio recupere os dias parados pelo período de contingência.

A sugestão foi feita pelo presidente da CNDL, que propôs considerar como ponto facultativo os feriados de 2020, com exceção à Sexta-feira da Paixão, celebrada em 10 de abril; o Dia do Trabalho, realizado em 1° de maio; e o Natal, comemorado em 25 de dezembro. Além disso, também foi feita a solicitação para permitir a abertura do comércio aos domingos, em âmbito nacional, sem o custo decorrente de convenções coletivas.

Segundo o presidente da CDL Barra Mansa, Leonardo dos Santos, auxílios que promovam um equilíbrio diante do cenário inédito refletirão diretamente na sobrevivência das empresas e dos empregos. Para o empresário, a medida de reverter os feriados em pontos facultativos vai ajudar a compensar as perdas registradas nesses dias tão delicados. “Estamos já há muitos dias sem operação, com lojas fechadas. E se conseguirmos abater nos feriados conseguiremos diminuir, mesmo que um pouco, os impactos causados pelo longo período de quarentena”, destacou.

Linha de crédito

Ainda durante o encontro, o presidente da CNDL ressaltou a importância da criação de linha de crédito que atenda às categorias de micro empresários e MEI, com faturamento inferior a R$ 360 mil ao ano. O ministro afirmou que a democratização do crédito será testada e acredita que a injeção na economia do benefício de R$ 600 também irá aquecer o comércio.

“São propostas que impactam direto no comércio, principalmente na questão da linha de crédito, um benefício que a gente necessita muito neste momento, em vista das dificuldades das empresas em terem fluxo de caixa. A gente precisa ter disponível uma linha de crédito com juros mais baixos que no mercado e com carência de pagamento. Essas atitudes, voltadas para micro e pequenas empresas, podem fazer com que o empresário consiga manter o quadro de funcionários. São medidas que irão nos ajudar a combater esta grande crise que vai ser instalar economicamente no país”, finalizou o presidente da CDL Barra Mansa, Leonardo dos Santos.

Para o ministro da Economia, a organização da produção econômica é essencial neste momento. “Estamos em período de hibernação. Vamos para o teletrabalho, para o e-commerce, mas sempre mantendo a economia oxigenada e funcionando”, alertou, sugerindo a criação de um ‘Comitê de Emergência para Assuntos de Varejo’, uma maneira de viabilizar um diálogo constante com a equipe econômica do ministério.