2020 foi marcado como um dos anos mais atípicos da história, não apenas pela chegada do novo coronavírus, mas também pela forma como as pessoas precisaram se reinventar. Na Educação não foi diferente. Professores do mundo inteiro tiveram que se adaptar para dar conta de uma nova demanda, aprendendo a lidar com diferentes tecnologias, transformando suas casas em salas de aula e criando estratégias para continuar transmitindo informação e aprendizado aos seus alunos. 

De Barra Mansa, a professora de ciências da rede municipal de ensino, Flávia Fernanda Ferreira Faria, mostrou como isso é possível. E, além da manter o cronograma letivo diante de tantos desafios, foi premiada com o primeiro lugar na categoria “Pós-graduação” e se destacou na Feira Brasileira de Iniciação Científica (Febic) com seu trabalho sobre criação de perfumes. Como prêmio, a educadora irá participar do congresso internacional, na Colômbia. “É felicidade que não cabe no peito”, definiu. 

O sonho de transmitir conhecimento surgiu cedo, quando brincava de escolinha com as amigas na infância. E, hoje, aos 39 anos, Flávia segue transformando vidas através da educação. A docente se dedica à rede municipal de ensino de Barra Mansa, onde atua no Colégio Washington Luiz, uma das principais escolas públicas da cidade. 

“Estou na educação há 14 anos. Iniciei em 2007 na educação infantil pela prefeitura de Volta Redonda. Em 2010 passei para a rede estadual lecionando no Colégio Estadual Rio Grande do Norte. Em 2015 vim para a prefeitura de Barra Mansa para ministrar a disciplina de Ciências Naturais e, desde então, estou no Colégio Washington Luiz”, enumerou Flávia, acrescentando que o maior desafio da educação é a desvalorização da escola pública. “Temos muitos profissionais competentes e dedicados. É preciso lutar pela escola pública”.

A ideia de iniciar o projeto, segundo Flávia, surgiu com o intuito de inovar a forma de ensino, utilizando o Laboratório de Pesquisa e Iniciação Científica. “Em 2017, iniciei as aulas de criação dos perfumes, utilizando essências com diversos tipos de fragrâncias. Com o tempo, fui percebendo o interesse dos alunos e cada vez mais busquei o aperfeiçoamento da prática através de cursos. Recebi a premiação com muita alegria. Apesar de a banca avaliadora ter elogiado bastante o trabalho, nunca pensei que pudesse tirar o 1º lugar na categoria, pois tinham muitos trabalhos bacanas”, lembrou Flávia, sem poupar agradecimentos ao Colégio Estadual Rio Grande do Norte, em Volta Redonda, onde iniciou o projeto; à Secretaria Municipal de Educação de Barra Mansa, que deu continuidade ao trabalho; além do articulador Lucas Peres e da diretora Claudia Paiva, que contribuíram para que tal prêmio fosse conquistado. 

Para o ano que se inicia, Flávia ainda prevê desafios, mas acredita que, com paciência, criatividade e perseverança, as dificuldades serão superadas. “O ano de 2020 foi muito difícil pela distância imposta pela pandemia. O ensino remoto, as redes sociais foram fundamentais para aproximar os alunos dos professores, o canal do YouTube “Do aprender ao ensinar” foi inovador e nos trouxe a possibilidade de trabalharmos com outros instrumentos, até então, pouco usados. Acredito que 2021 ainda será muito desafiador, porém espero que a vacina chegue rápido para que possamos voltar a rotina na escola e desenvolver novos projetos”. 

*Quer ver o passo a passo da criação dos perfumes da professora Flávia?* 

O tutorial pode ser conferido no segundo episódio do canal ‘Do aprender ao ensinar’, desenvolvido pela Secretaria de Educação durante o período de recesso escolar, através do link: https://www.youtube.com/watch?v=jd36ECnJDCo&feature=youtu.be

*Você sabia?*

Barra Mansa conta hoje com 20 Laboratórios de Pesquisa e Iniciação Científica, em diferentes unidades escolares e a meta da prefeitura é expandir para as demais escolas até 2022. O espaço tem um papel fundamental no estímulo à alfabetização científica que vem agregando conhecimento e contribuindo com descobertas inovadoras.